quarta-feira, 11 de setembro de 2013

ANDAS TRISTE, PERTURBADO, DESCRENTE, DESANIMADO, COM VONTADE DE DESISTIR?

.
.
 
 
 
 
Andas triste, perturbado, descrente, desanimado, com vontade de desistir?
 
Repara então nestas palavras:
Nesse mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém; e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera. Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho; os seus olhos, porém, estavam impedidos de o reconhecer.
Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós, enquanto caminhais?» Pararam entristecidos. Lc 24,13-17
 
Vês, também eles caminhavam na vida entristecidos, de tal modo que nem conseguiam reconhecer Aquele que deles se aproximava.
 
Mas continua a ler estas palavras:
Perguntou-lhes Ele: «Que foi?» Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; como os sumos sacerdotes e os nossos chefes o entregaram, para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas. Lc 24,19-21
 
Repara que estavam à espera de alguém que fosse resolver o problema das suas vidas, das suas dificuldades, das suas provações, do já e agora.
Queriam uma vitória sobre os outros, queriam não ter que se preocupar mais.
Pensavam apenas nesta sua vida do mundo, e esperavam alguém que fosse um chefe imbatível, que dominasse, que tudo vencesse pela força e pelo poder.
Afinal tudo levava a crer que aquele em quem eles esperavam tinha sido vencido pelos homens, pelo mundo.
Por isso mesmo é que estavam assim, tristes, descrentes, desanimados.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados, porque foram ao sepulcro de madrugada e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns anjos, que afirmavam que Ele vivia. Então, alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas, a Ele, não o viram.» Lc 24,22-24
 
Ainda tinham ficado perturbados, mas já não conseguiam acreditar.
Pois foi, ouviram o que as mulheres contaram como se fosse uma história qualquer, mas que não tinha muito crédito, porque ninguém tinha visto com os olhos, aquele que eles esperavam.
Por isso, e ao verem que esse alguém que imaginavam de facto tinha morrido, e mais, que já tinham passado três dias e nada acontecia, não esperaram mais, tinham desistido e voltavam para a sua vida anterior.
Vês tu, que ao colocares a tua esperança nas coisas do mundo, nas coisas palpáveis, nas seguranças deste mundo, quando elas te falham ficas assim, triste, perturbado, descrente, desanimado e com vontade de desistir.
Mas, continua a ler as palavras deste episódio:
E, começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito. Lc 24,27
 
Olha que mesmo tristes, perturbados, descrentes, não mandaram o homem embora e foram ouvindo o que ele lhes ia dizendo.
Afinal parecia que os seus corações ainda tinham por ali uma réstia de esperança, uma vontade de mudar.
Parecia que aquilo que ouviam começava a fazer algum sentido.
De tal modo se deixaram envolver  que se passou o seguinte:
Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante. Os outros, porém, insistiam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Entrou para ficar com eles. Lc 24,28-29
 
Não o deixaram ir embora!
Aquele homem tinha alguma coisa especial!
A sua companhia era boa e fazia nascer nos corações qualquer coisa de muito bom.
Precisavam de ouvir mais, de sentir mais!
Por isso lhe pediram para ficar com eles, porque a sua expectativa era grande.
Ora repara:
E, quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho. Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença. Lc 24,30-31
 
Ao partir do Pão!
Reconheceram-No ao partir do Pão!
Vês como é importante a Eucaristia!
Vês que é na Eucaristia e em Eucaristia que podemos reconhecer Aquele que dá a vida, a vida em abundância!
Vês que é na Eucaristia e em Eucaristia que podemos reconhecer Aquele que dá a paz, não a paz que dá o mundo, mas a paz interior que se projecta na eternidade!
Vês que se O reconheces na Eucaristia não precisas de O ver com os olhos do corpo!
Ele pode desaparecer da tua vista, mas fica a  habitar no teu coração!
E agora medita bem no que aconteceu a seguir:
Disseram, então, um ao outro: «Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»
Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros, que lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!». E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir o pão. Lc 24,32-35
 
Foi-se a tristeza, a perturbação, o desânimo, a descrença!
Perceberam a alegria que é conhecer o Senhor!
Correm agora para a vida nova sem hesitações, a são eles que confirmam já sem dúvidas, sem medo, que o Senhor ressuscitou e se lhes deu a conhecer!
E não te arde o coração também, quando percebes que de mansinho, sem imposições, Ele se te vai dando a conhecer pela Palavra até te levar ao reconhecimento d’Ele, sem dúvidas, na Eucaristia, ao partir do Pão?
Onde está agora a tristeza, o desânimo, a descrença, se reconheces que o que Ele te dá não cabe neste mundo, pois vai muito para além dele?
Levanta-te e corre, corre para a vida nova que Ele te oferece e conta a todos o que te aconteceu, confirma a todos que Ele ressuscitou, afirma a todos, que todos O podem reconhecer ao partir do Pão, na Eucaristia.
Ah, e não te esqueças que Ele é para todos, porque Ele quer ser companheiro de viagem de todos, de todos os que abrem o coração à Sua Palavra, ao Seu Amor.
 
 
Monte Real, 28 de Maio de 2008
 
Nota: Porque hoje e nestes dias preciso muito de ler e reler este texto que então escrevi em 2008.
.
.

14 comentários:

José Marques Ferreira disse...

Olá Joaquim;

Excelente e maravilhosa partilha. Não é preciso acrescentar mais nada. Obrigado.

JM Ferreira

Unknown disse...

E que belo texto! Obrigado. Abraço

António J Macedo disse...

Excelente texto Joaquim!
Um abraço aqui do Algarve.
Antonio

Ailime disse...

Olá Joaquim, neste momento e na sequência do comentário que deixei mais abaixo, também preciso de ler e reler este seu precioso texto! Que o Senhor me ilumine e fortifique para que pela Sua Palavra eu continue a caminhar rumo à Páscoa da Sua Ressurreição. Muito Obrigada. Abraço em Cristo. Ailime

Anónimo disse...

E quem não precisa de ler este testo?
Parecia escrito para mim... é para todos, que por aqui passam.

Obrigada pela tua perseverança!

Que N. Senhor te fortifique, ilumine e abençoe.

joaquim disse...

Obrigado José.

Um abraço amigo em Cristo

joaquim disse...

Obrigado Zé António.

Um abraço amigo em Cristo

joaquim disse...

Obrigado António.

Um abraço amigo em Cristo

joaquim disse...

Obrigado Ailime

Um abraço amigo em Cristo

joaquim disse...

Obrigado "Filha de Maria"

Um abraço amigo em Cristo

Paulo disse...

Tudo a proposito de dias assim.

Fernando Brites disse...

Obrigado pela bela reflexão.

joaquim disse...

É verdade Paulo.

Um abraço amigo em Cristo

joaquim disse...

Obrigado Fernando.

Um abraço amigo em Cristo